O 9° filme de Quentin
Tarantino chegou com um dos maiores hypes da carreira do diretor, seja por
tratar de um tema espinhoso, seja pelo elenco altamente estrelado ou para os
mais fãs do diretor a vontade de ver como ele iria desenvolver suas ideias em
um tempo tão nostálgico para Tarantino.
O resultado final talvez seja
o filme mais singular da carreira do cineasta, baseado em uma longa lista de produções
com alto nível de violência, verborrágicos boca-suja. Esse filme chega a ser
tocante pelo cuidado com cada elemento em tela que faz das quase 3 horas uma
viagem no tempo.
O filme conta sobre a amizade
entre Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu dublê, Cliff Booth (Brad Pitt) ao
enfrentarem uma decadência de Dalton, enquanto isso a estela em ascensão,
Sharon Tate (Margot Robbie) se diverte com a fama.
A história talvez seja a mais
convencional do diretor, sem muitas reviravoltas na trama ou recortes temporais
que o fizeram tão conhecido e cultuado. O que mais encanta aqui é a simplicidade e
as legalzices que o diretor realiza. A polêmica cena de Bruce Lee, tão
comentada nas últimas semanas é quase como uma divagação do diretor ao imaginar
o seu personagem masculino mais porradeiro em uma luta contra um dos maiores
artistas marciais do século XX.
DiCaprio e Pitt são as duas
maiores forças do filme, quando eles saem de tela você aguarda ansioso pelo
momento em que vão voltar, principalmente Pitt, que protagoniza um dos momentos
mais tensos do filme. Se Tarantino prometeu que faria 10° filme e se
aposentaria, eu gostaria muito que seu último fosse um terror, baseado na tensão
provocada por esse aqui.
Sobre a parte técnica o que
chama a atenção são os planos longos e a utilização de uma grua para se afastar
dos personagens e mostrar a beleza da cidade ao fundo.
O filme não é lento, mas é
longo e soa como inchado em alguns momentos, apesar de ser algo que eu não me
incomodei, pode tirar alguns espectadores de sintonia. Tudo que poderia ser
tirado em uma edição mais rigorosa se torna válido quando os elementos em cena
se apresentam, seja a reconstrução de época ou a maravilhosa trilha sonora
diegética, aquela que os personagens escutam junto com o público. Trilha esta
que foi retirada do catálogo da rádio KHJ de Los Angeles e reserva um pequeno
presente aos que ficarem até o fim dos créditos.
Em seu trabalho mais pessoal e
menos agressivo, Tarantino traz algo original, diferente e delicioso de se
acompanhar. O diretor se mostrou muito corajoso ao não expor seus rompantes de
violência até os últimos 10 minutos de filme, mas quando ele vem é algo de
pular da cadeira de tão brutal.
O único momento que o filme
acaba fazendo uma escolha que não é tão coerente é no início do terceiro ato,
onde surge um salto temporal acompanhado de uma narração em off que tira todo o
peso das ações dessa passagem de tempo.
Era Uma Vez em...Hollywood é
uma carta de amor de Quentin Tarantino para a Los Angeles que ele cresceu e
tanto ama. Talvez homenageando o próprio cinema e a indústria ele consiga seu
Oscar de Melhor Diretor, ainda é cedo para falar em premiações, mas esse filme
é disparado um dos melhores do ano.
A maravilhosa trilha sonora está disponível em: Once Upon A Time in...Hollywood Soundtrack
A maravilhosa trilha sonora está disponível em: Once Upon A Time in...Hollywood Soundtrack
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