Eu sempre espero um pouco antes de falar minha lista de melhores filmes do ano anterior, por isso logo no começo de Fevereiro eu lanço aqui a minha visão sobre o ano que se passou.
Primeiro com as decepções, os filmes baseados em histórias em quadrinhos decepcionaram, primeiro com "Vingadores 2: A Era de Ultron" que é um filme do qual eu gosto, mas que tem problemas, principalmente na montagem e edição, que fazem o filme ficar deslocado em vários momentos, além de um vilão fraco que em nenhum momento me deu receio de que poderia fazer um estrago. "Homem Formiga" foi um filme legal, mas só, não trouxe nada de novo e as suas cenas de ação foram bem previsíveis, Michael Peña e Paul Rudd são as melhores coisas do filme, disparado.
Os filmes do Oscar não decepcionaram, com talvez um dos anos mais concorridos, no qual pelo menos 4 filmes poderiam vencer a categoria de Melhor Filme. Desses quatro dois foram lançados no Brasil em 2015, "Birdman" e "Whiplash", pessoalmente gostei muito mais de Whiplash e seu final arrasador do que Birdman e sua tentativa de fazer um plano sequência, que no fim não acrescenta nada, é só um detalhe legal.
Os Blockbusters, estiveram em boa forma, com "Jurassic World", um filme legal, mas só; "Divertida Mente", brilhante; "007 Contra Spectre" uma decepção completa, com uma música estranha e que não casa de maneira alguma; "Mad Max", extraordinário; o péssimo "Exterminador do Futuro-Gênesis"; "Missão Impossível - Nação Secreta" um bom filme de ação; "O Agente da U.N.C.L.E." o filme de espionagem que eu mais gostei, entenda como quiser; o horrendo novo "Quarteto Fantástico" e "Perdido em Marte", um filme muito bom, que me surpreendeu pelo bom humor.
Entre as surpresas temos o filme de Joel Edgerton "O Presente", um bom suspense que vale muito dar uma olhada; "Que Horas Ela Volta?" excelente filme brasileiro, na minha lista dos melhores do ano; "Beasts Of No Nation" o primeiro filme do Netflix, muito bom, mas violentíssimo, um soco no estômago;"Straight Outta Compton - A História do N.W.A." que é mais um daqueles filmes de biografia de rappers, dos quais eu gosto muito; "Ponte dos Espiões" bom filme de Spielberg, mas previsível no fim; "Expresso do Amanhã" que finalmente foi lançado no Brasil, adaptado de quadrinhos, com bom elenco e roteiro muito surpreendente.
Tivemos o fim decepcionante de uma saga, "Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2" é bem fraco, infelizmente.
Mas o retorno de uma franquia deixou o ano com um sorriso em todos os rostos, "Star Wars Episódio VII- O Despertar da Força" foi um grande filme, que deixou satisfeitos os fãs, o que não é fácil, e os não fãs da saga que foram aos cinemas e acharam um filme muito divertido.
Por fim minha lista dos Melhores do Ano:
1.MAD MAX - ESTRADA DA FÚRIA: eu TESTEMUNHEI esse filme no cinema e esse já é o filme de ação da "década de 2010";
2.Whiplash - Em Busca da Perfeição: brilhante, com um final fantástico e com apoteoses musicais fantásticas;
3. Divertida Mente: o retorno da Pixar com grande estilo;
4. Star Wars Episódio VII - O Despertar da Força: sim, é uma volta linda da maior franquia do cinema e eu como fã me senti abraçado, tomei um soco na cara, mas ainda assim voltei ao cinema;
5. Que Horas Ela Volta: foi muto bom ver um filme brasileiro mobilizando a internet e virando um sucesso;
6. Beasts Of No Nation: Netflix chegou com os pés no peito, com Idris Elba fantástico e uma das cenas mais violentas que eu vi na minha vida.
7. Perdido em Marte: Um dos melhores filmes de Ridley Scott e disparado o melhor dele na última década
8. Birdman: bom filme, mas que não merecia o Oscar.
9. Straight Outta Compton-A História do N.W.A.: Um filme muito bom, de um estilo que eu gosto muito, filmes de cultura do rap, com uma história poderosa.
10: Vingadores 2: Apesar das críticas eu ainda gostei bastante da continuação.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Análise Informal: Spotlight:Segredos Revelados
Por que análise informal e não Resenha?
Acho que ainda não
tenho um nível profundo de análise para construir uma resenha complexa,
portanto prefiro escrever somente o que eu achei de um filme.
Em aquecimento para o Oscar 2016 farei análises informais
sobre os 8 indicados à Melhor Filme e aos indicados a melhor roteiro original.
O primeiro filme que eu falei foi Mad Max: Estrada da Fúria, lá na época do lançamento, clique AQUI
O segundo filme que irei falar é: "Spotlight - Segredos Revelados".
O filme conta a história de como a equipe Spotlight do
jornal Boston Globe desvendou uma série de casos de pedofilia cometidos por
padres na região e acobertados pelas autoridades religiosas. Este é o primeiro
ponto que eu gostaria de tocar, o filme é literal em dizer que o problema não é
a religião e sim o sistema que ela está inserida, uma das frases que eu mais
escutei e independe do credo de cada um é: “Deus é perfeito, mas a religião é
feita de homem, que por sua vez são cheios de falhas”.
Este é um dos maiores méritos do filme, que precisa muito do
brilhantismo da direção de Tom McCarthy, que em momento algum coloca em tela
objetos sacrais que podem levar a interpretação de mal gosto de alguém
procurando por polêmicas bobas. Nem por isso o filme escapa de polêmicas, é
asqueroso que alguém defenda coisas mostradas nesse filme.
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(Foto: Divulgação) |
Mas voltando para o filme em si, os atores estão excelentes,
com destaque para Mark Ruffalo, que interpreta o jornalista Mike Rezendes, ele
é o mais revoltado de todos na equipe e é uma voz do público sobre os
acontecimentos. Um exemplo de coragem jornalística, com frases que só fazem a
situação ficar mais difícil do que já é.
Destaque também para a intérprete da jornalista Sacha
Pfeiffer, Rachel McAdms, que é conhecida por comédias românticas, mas que em
2015 estrelou “True Detective” e fez uma grande atuação em “Spotlight”,rendendo
a ela a primeira indicação ao Oscar da carreira.
Outros atores também estão muito bem, como Michael Keaton,
vivendo Walter ‘Robby’ Robinson, um dos representantes do jornal, e também John
Slaterry, que faz Ben Bredlee Jr., uma visão de chefe da redação que tenta
dimensionar o tamanho do impacto de tal reportagem.
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O filme levou merecidamente o SAG de melhor elenco (Foto: Divulgação) |
Além dos atores, o roteiro de investigação jornalística
mostra um exemplo de como buscar dados, entrevistar vítimas e acusados, de
maneira quase utópica, mas que dá esperança por ser uma história baseada em
fatos reais.
Retorno mais uma vez para a direção de Tom McCarthy, que
apresenta outro elemento que particularmente achei muito importante e com tons
de brilhantismo.
Todas as pequenas descobertas, todas as pequenas denúncias
que foram ignoradas no passado, qualquer nova pista que possa levar até algo
maior é tratada de maneira fantástica, você realmente se importa e fica nervoso
em alguns momentos por ver que as pessoas não se interessavam por algo tão
importante e que muitos casos poderiam ter sido evitados.
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Tom McCarthy foi indicado ao Oscar pelo excelente trabalho (Foto:OPEN ROAD FILMS) |
Cenas de extrema leveza são cortadas pelo contexto que o
filme apresenta, nunca imaginei que poderia sentir um embrulho no estômago ao
ver um doce coral de natal.
Como obra cinematográfica “Spotlight” apresenta um roteiro
difícil, não é um filme para passar o tempo, ao mesmo tempo em que faz pensar e
que faz refletir sobre como isso deve acontecer em muitos lugares diferentes.Ao
fim do filme uma lista de cidades aparece como local no qual aconteceram casos
semelhantes e o Brasil aparece entre esses locais. Um filmaço que deve ser
visto por todos que gostam de jornalismo e também aos que acreditam que a
verdade pode prevalecer.
Confira abaixo o trailer legendado:
quinta-feira, 2 de julho de 2015
A redução e as manobras de Cunha
Como provavelmente todos já
sabem nesta madrugada de quinta-feira o projeto de emenda constitucional, PEC
171 foi aprovada pelos deputados federais. Esta PEC diz respeito à redução da
maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crime hediondo.
O fato que particularmente
me revoltou foi o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se
utilizar de uma manobra, não ilícita, mas no mínimo covarde. Assim como na
votação para o fim de financiamento privado para campanhas políticas o senhor
deputado sofreu uma derrota, mas revisou o projeto e no dia seguinte colocou em
pauta para a votação.
Na terça-feira por 5 votos a
medida não foi aprovada, o número de deputados que deveria votar a favor da PEC
deveria chegar a 308 membros, mas 303 votaram a favor da redução da maioridade
penal.
Não sou jurista, longe
disso, mas soube pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) que entre os crimes
classificados com hediondos estão até alteração no xampu comercializado.
Portanto, a punição que muitos querem sobre os menores infratores não diz
respeito somente a crimes pesados e extremamente violentos, como estupro ou seqüestro,
mas uma infinidade de pormenores que muitos, inclusive eu, não conhecem. Depois
desta revisão crimes como o tráfico e roubo qualificado foram retirados da
medida.
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Deputados contrários a nova votação (Foto: Câmara dos Deputados) |
Desde o começo eu fui contra
a redução da maioridade penal, pelos
motivos clássicos, partindo do princípio que a cadeia no Brasil não é lugar de
reeducação, nunca foi, mas sim um local punitivo, exclusivo e reservado a esse
fim.
Argumentos
de que um jovem de 16 anos pode votar, mas não pode pagar pelos seus erros na
minha visão é falho. Um adolescente de 16 anos não pode consumir bebida
alcoólica, não pode dirigir, não pode nem se quer se casar, mas ser punido ele
pode. Como funciona um lugar onde somente o ônus é aplicado às pessoas? Outra coisa:
você acha que os bandidos vão parar de aliciar menores de 16 anos agora, eles
vão ficar preocupados em não prender os aviõezinhos e afins?
Fatores
psicológicos apontam que com apenas 2 anos de formação, dos 16 aos 18, muitas sinapses
e desenvolvimento cerebral acontecem e que em um período tão curto de tempo
isso pode gerar mudanças muito significativas.
Os
fatores sociais no Brasil simplesmente não podem ser comparados com outros
países que possuem leis parecidas. Um jovem de periferia nos EUA possui
condição de vida semelhante ao jovem de classe média aqui no Brasil.
Veja
se o deputado que você votou na última eleição foi favorável ou contra a PEC
171 AQUI
Talvez
em um texto eu não possa passar a moção que sinto quando vejo manobras
aplicadas por Eduardo Cunha, que remonta projetos até serem aprovados. A casa
do povo está se tornando a casa de Eduardo Cunha, talvez ele seja apenas um
reflexo do atual momento que vive a Câmara dos Deputados, conservadora e
raivosa.
Agora
é esperar que o segundo turno de votações na Câmara e o Senado ajam de bom
senso e não aprovem esta PEC 171, número este que combina muito com vários
presentes ali na casa do povo.
Só
um último adendo, não chamem o Eduardo Cunha de Frank Underwood brasileiro, não
sujem a imagem deste personagem que eu gosto tanto.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Análise Informal: Entre Abelhas
Por que análise informal e
não Resenha?
Acho que ainda não tenho um
nível profundo de análise para construir uma resenha complexa, portanto prefiro
escrever somente o que eu achei de um filme. Essa pequena coluna tem a
pretensão de sair todas as semanas, tentarei sempre as sextas falar sobre um
filme que assisti recentemente e gostei.
Como essa é a introdução
padrão vamos ao que interessa, o filmes dessa vez é Entre Abelhas , protagonizado por Fábio Porchat e dirigido por Ian
SBF, ambos criadores do Porta dos Fundos.
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Esse pôster vende muito mal o filme |
Sei que a primeira vista um
filme do Porchat não parece ser grande coisa, não é para menos, alguns erros
como O Concurso e Meu Passado me Condena são mais do que motivo para afastar
muitas gente do cinema. Mas também são motivo para trair muito mais pessoas
ansiosas por piadas infames.
Esse filme não é nada disso,
é bom pois não tem um humor imbecil, mas é ruim por não possuir um público
grande.
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Porchat deixa de lado sua gritaria e comédia escrachada para investir em algo mais sério |
O filme conta a história de
Bruno (Porchat) que acabou de se separar de Regina (Giovana Lancelotti) e para
esquecer deste momento seu amigo Davi (Marcos Veras) tenta o atrair a todo
instante para festas e mulheres. Até aí o filme é uma comédia besta normal, mas
com o passar do tempo Bruno para de enxergar as pessoas. A mãe de Bruno(Irene Ravache) é uma personagem que acredita muito no filho, mas pensa que ele está ficando louco e promove alguma teorias bem engraçadas sobre a origem do problema e como solucioná-lo.
Por mais que o filme possua
cenas engraçadas, com o ator Luis Lobianco principalmente, o enfoque não é na graça, mas sim em dramas pessoais, fato
este que espanta algumas pessoas, que por verem a cara gigante de Porchat no
pôster pensam que vão se contorcer de tanto rir.
Sem a comédia pastelão na
maioria dos momentos o filme segue em frente e começa a aprofundar temas como a
depressão de maneira brilhante. Apesar de forçar o palavrão em muitos momentos,
como todo filme nacional este drama coloca a solidão como uma doença de maneira
que eu nunca vi igual em um filme brasileiro.
A abordagem que se busca na
história é diferente e essa é a palavra que traz a maior virtude para um filme
nacional “diferente”. Após uma curta sessão de cinema eu saí feliz com o que
vi, não por causa do clima do filme, mas sim por presenciar uma obra que se
distancia do enlatado Globo Filmes e possui uma carga de alegria a quem quer
que o cinema nacional comece a produzir mais coisas boas.
Veja o trailer abaixo:
sábado, 23 de maio de 2015
Análise Informal: Mad Max Estrada da Fúria
Por que análise informal e
não Resenha?
Acho que ainda não tenho um
nível profundo de análise para construir uma resenha, portanto prefiro escrever
o que eu achei de um filme. Essa pequena coluna tem a pretensão de sair todas
as semanas para falar sobre um filme que eu gostei e saiu recentemente.
Nada melhor para começar
essa pequena jornada flando sobre um dos melhores filmes que eu já vi esse ano:
Mad Max Estrada da Fúria.
Para começar esse filme já
reúne uma série de fatores que culminaram na estréia desta obra no dia 14 de
abril no Brasil. Após 30 anos do lançamento do terceiro filme da franquia Mad
Max o mesmo diretor retorna para contar mais um episódio na vida do guerreiro
das estradas.
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Mel Gibson na trilogia Mad Max |
A ideia surgiu em 1999, mas
devido aos ataques de 11 de setembro o filme foi engavetado pela Warner por conter
muita violência, ato justificável devido a sensibilidade que os EUA viviam.
Quando o projeto foi
retomado a maior chuva em muitos anos aconteceu no deserto que seria filmado o
filme. Com a chuva o deserto virou um lindo jardim.
Mas George Miller é um
senhor teimoso, após a chuva ele transferiu as filmagens para o deserto da
Namíbia.
Mas chega disso, vamos falar
sobre o filme.
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What a Lovely Day |
A história circula em volta
da Cidadela, comandada pelo tirano Imortan Joe (Hugh Keays-Byrne), que quer se reproduzir com
suas mulheres, guardadas em um cofre. Para realizar uma missão, Imperatriz
Furiosa (Charlize Theron), leva um carregamento de gasolina para uma cidade
vizinha, mas ela se rebela, seqüestra as mulheres de Joe e muitas confusões
acontecem.
Perceba uma coisa
importante, o personagem que dá nome ao filme não motiva o conflito principal,
Max (Tom Hardy) somente entra na missão por acaso. A sua relação com os
personagens acontece somente depois de ser raptado por servos de Imortan Joe. O
personagem Nux (Nicholas Hoult) apresenta uma profundidade e explica em poucas
frases a sua motivação e veneração pelo líder.
A história foi muito
criticada por ser simples, mas questões como religião, política e feminismo são
abordadas, apresentando uma narrativa cheia de pontos para se discutir com os amigos. A partir disso que surge um ponto que eu adorei no filme, nada é muito
didático, em momento algum um personagem narra o que acontece, isso é
um mérito muito grande, fica da dica para Interestellar aí gente.
Todo o ambiente bizarro e
maluco da trama é sensacional, uma das coisas mais awesome do filme é sua
trilha sonora, que possui função narrativa brilhante de um pulso para a batalha.
As guitarras e tambores são muito bem exploradas e só me fez vibrar no cinema.
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Imperatriz Furiosa sendo a principal personagem do filme |
As referencias aos filmes
passados são muito boas, o filme pode ser visto pelas pessoas que não
assistiram a trilogia dos anos 80, mas quem viu vai notar pequenos aspectos
brilhantes e que fazem você abrir um sorriso.
Mas o mais forte aspecto,
junto com o visual, é a velocidade de direção que o senhorzinho George Miller
possui, mesmo aos 70 anos ele conseguiu me fazer ficar pulando na poltrona do
cinema, pisando fundo em pedais de carro fictícios que a minha mente criou
devido a emoção que eu senti ao ver o filme.
Você sente a porrada e as
batidas a todo momento, isso é algo impressionante e prova que fazer um filma
na raça ainda vale a pena. George Miller
conseguiu quebrar 11 câmeras por colocá-las em lugar absurdos.
Enfim, uma obra tão boa que
eu achei que ate o 3D vale a pena, arrisco a dizer qe será um clássico moderno,
por enquanto eu somente quero ver esse filme mais uma vez no cinema e dizer que
é uma obra nota 10/10.
Abaixo o trailer, que se você achou bom o filme é tudo isso e muito mais.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Crônica/Narrativa sobre as manifestações na Assembleia Legislativa do Paraná
Hoje pela manhã eu cheguei na minha redação do jornal diário
pensando em pegar uma pauta normal.
Fiquei de fazer a matéria sobre a sessão pela votação do “pacotaço”
de medidas, proposto pelo deputado estadual Luiz Cláudio Romaneli. Falei com
ele pela manhã e o deputado afirmou que esses projetos eram legítimos e
representariam um corte necessário no atual momento do financeiro estado.
Me locomovi até a frente da assembleia dos deputados eram
14:00. Fui barrado de entrar na sala de votação por motivos óbvios, mesmo se
declarando imprensa o tempo todo. Às 14:15 chegaram deputados de oposição ao governo
pedindo para entrar pela mesma porta que eu e alguns manifestantes foram contra
a entrada deles. Aos sons de “Fora Rede Massa” e “Ratinho Vendido” esperei, até
que em um momento ajudei um fotógrafo da Gazeta do Povo a entrar, pedi muito para
um senhor deixar o simples fotógrafo passar do portão.
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Dia ensolarado em Curitiba, com os professores sentados no chão |
Às 14:30, horário inicial da votação, corri para ver os
deputados entrando de camburão na assembleia. Corri de jatos de spray de pimenta.
Conversei com um repórter da Bandeirantes que foi alvejado com o gás. Esperei
um pouco para tirar uma foto, jogaram
spray novamente em muitos professores e em mim novamente. A sensação é muito
estranha, não dói nada, mas incomoda tudo, espirrei e tossi até ficar tonto.
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Repórter da RPC e os professores gritando "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo". |
Os repórteres da RPC (Rede Globo no Paraná) foram
insultados, mas os da Rede Massa foram impedido de gravar qualquer coisa.
Os repórteres do 190 sabiam menos que eu.
Aproximadamente às 15:00 fechou o tempo, no sentido
meteorológico, com uma chuva inacreditável e no sentido figurado em relação a
pancadaria. Escutei uns 7 estrondos de bomba, vi os professores derrubando os
portões e se movendo igual formigas enquanto mais barulhos de bomba eram audíveis. Por ser bundão eu corri para o lado
contrário, mas voltei lá depois que anunciaram o novo cancelamento da votação.
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Ocupação da assembléia |
Os manifestantes entraram no pátio e avançaram até o fim,
alguns levaram tiros de bala de borracha, do batalhão de choque, ao entrar. Com
os avanços dos educadores e agentes penitenciários a polícia deixou que o povo
entrasse mais e mais.
Faltando 10 minutos para as quatro, o primeiro deputado a descer
para falar com os manifestantes, o deputado Rasca Rodrigues (PV), que declarou firmemente
fim do projeto e abraçou muitos
professores agradecidos. Eu estava lá na frente do deputado, enquanto a Band
estava longe.
Gravei o primeiro pronunciamento da oposição com o deputado
Tadeu Veneri (PT). A RPC entrou na minha frente nessa hora, mas eu dei um jeito
do cara sair da frente. O PMDB parecia dois partidos, com representantes lá
dentro, escondidos, e representantes lá fora, sendo erguidos pelo povo,
literalmente.
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Minha porca foto com o dedo do sindicalista em cima |
Ás 16:00 um documento chegou da casa-civil paranaense
afirmando: “O Secretário-Chefe da
casa civíl vem pedir a retirada dos projetos PL 06/2015 e PLO 60/2015 para
reexame, e em virtude das manifestações ocorridas”. Eu tirei uma foto do documento as 16:05 em ponto, a Band News
publicou essa foto só as 16:19. Se não fosse meu 3G eu tinha dado um furo muito
distantes dos padrões de um jornal universitário.
Entrei na frente da repórter da Band e se vocês virem um
celular preto na transmissão é o meu.
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A chamada pelos sindicalistas "Festa pós-cancelamento" |
Na saída da assembleia me deparei com Bernardo Pilotto, ex-candidato
ao governo e um cara de camiseta larga e
jeans que achou que eu era professor. Fiz
uma pequena entrevista e ele disse o que eu queria.
Os sindicalistas ficaram revoltados com o termo “reexaminar”,
porque obviamente queriam o fim imediato dos projetos. Os deputados de oposição
subiram no caminhão de som e disseram o que o povo quis ouvir. Os professores também reclamavam da falta de
assinatura de Beto Richa.
Ao som de “Volta Requião”, vejam só, eu saí do local
acompanhando as notícias seguintes até agora.
Que aventura meus caros
sábado, 31 de janeiro de 2015
2014 no cinema
2014 foi um ano positivo para o cinema, com vários filmes
bons lançados no Brasil. Candidatos a Clássicos modernos surgiram, como “Ela”,
“12 anos de escravidão” e “Boyhood”.
Apesar de ser um bom ano, sempre existem decepções, como
“Interestelar” de Christopher Nolan, “Jogos Vorazes- A Esperança Parte 1”,
“Trapaça”, que são bons filmes, mas ficaram muito abaixo da expectativa.
Godzilla nem merece ser citado como um filme bom que decepcionou, porque
somente decepcionou.
Nas adaptações de quadrinhos tivemos um dos melhores anos
dos últimos tempos, com o excelente “Capitão América 2- O Soldado Invernal”; o
bom “X-men Dias de um futuro esquecido” e a grande surpresa do ano, um dos
filmes mais divertidos que eu tive o prazer de ver na tela grande, o fenômeno
“Guardiões da Galáxia”. As decepções desse novo gênero ficaram com “O
espetacular Homem Aranha- A ameaça de Electro” com um roteiro idiota e “Sin
City 2- A dama fatal”, que foi bem fraco.
Mas como sempre os filmes do Oscar são jogados para o outro
ano e não podemos ver grandes obras junto com os gringos.
Meu top 11 (vocês vão entender) de 2014 ficou assim:
1) "12 Anos de Escravidão"- um filme forte, tocante e importante para o cinema, capaz de chocar as pessoas e fazer refletir sobre esse tempo terrível que foi a escravidão
2) "O
Lobo de Wall Street"- Martin Scorcese não erra e nesse filme ele quase peca por
excesso, mas apresenta 3 horas fantásticas de um filme absurdo.
3) "Boyhood"-
O diretor Richard Linklater consegue transformar o comum em mágico nessa obra
que desenha e molda o amadurecimento da vida de alguém. Eu particularmente me
identifiquei com esse filme por ter a mesma idade do protagonista e viver todas
essas fases da mesma maneira.
4) "Garota
Exemplar"- David Fincher presenteia essa adaptação de um grande livro, fazendo
você amar ou odiar a atriz Rosamund Pike, que está incrível no filme.
5) “Ela”-
um filme futurista que eu realmente acredito ser possível daqui a pouco tempo ,
Joaquin Phoenix está muito bem e Scarlett Johanson está maravilhosa como
sempre.
6) “Guardiões
da Galáxia”- Meu Deus que filme divertido, musicas que embalam meu celular até
agora e personagens que eu vou amar para sempre. Você não entendo o quanto eu
amo esse filme. Talvez seja meu favorito da Marvel.
7) “Amantes Eternos”- Nenhum filme é tão cool quanto esse aqui. Meu favorito de Jim Jarmusch e uma aula de cinematografia.
8) “O Grande Hotel Budapeste”- Wes Anderson e sua direção de arte fazem portifólios maravilhosos. Livros de direção de arte do Wes Anderson são o sonho de consumo deste que vos fala.
9) “Clube
de Compras Dallas” Matthew Machogney e Jared Leto estão impressionantes,
viscerais e mereceram todos os prêmios do mundo sim. Chupa DiCaprio.
10) “Planeta dos Macacos- O Confronto”- Um exemplo
de continuação, apresenta a civilização dos primatas e cria um conflito que
será explorado em outros filmes.
11) “O
Hobbit- A Batalha do Cinco Exércitos”- Mesmo sendo inferior a filmes que nem
foram citados nesse top eu coloco ele aqui por me emocionar, por ser o filme
que carregou todo o sentimento que eu tenho pela obra de Tolkien. Meus olhos
ficaram suados, não por esse filme em si, mas sim por tudo que ele representa
Menções Honrosas: “O Abutre”; “Mesmo se nada der certo”;
“Uma aventura Lego”; “Como treinar o seu dragão 2”; “The Babadook”.
Tomara que 2015 venha melhor, sempre
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