segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Melhores filmes de 2016, na minha opinião

Chegou ao fim o ano difícil ano de 2016, talvez um dos anos recentes mais fracos, mas embalou no fim e acabou com um saldo bem positivo. Na tentativa de reunir os filmes lançados nesse ano, tentei não colocar os filmes que estrearam nesse ano por atraso das distribuidoras, mas quatro merecem muito figurar nessa lista, justamente os primeiros. Mas tem filme bom produzido neste ano sim!



Os chamados filmes de Oscar são inegavelmente superiores, alguns figuram entre os que eu mais me empolguei, diverti, me emocionei na minha vida. Dos lançamentos mundiais destes ano os destaques vão para "Os 8 Odiados", de Quentin Tarantino, que é um dos Tarantinos mais fraco que já vi, acho inferior até ao Jackie Brown, mas ainda assim é um filmaço, o que prova que o cara é um gênio. Merece entrar na lista dos 10 melhores.

Este ano teve muito destaque nos filmes de terror, dos quais dois me chamaram bastante a atenção, "A Bruxa" e "Invocação do Mal 2", com visões particulares de terror, um com mais clima pesado, sem gore e outro com sustos e tudo mais. Gostei também de dois filmes de terror que lidam com características físicas dos protagonistas. O lançamento no Brasil exclusivo Netflix, "Hush-A Morte Ouve" (que péssimo subtítulo) e outro de um diretor que gosto muito, Fede Alvarez, trazendo "O Homem Nas Trevas".

Os filmes de super-heróis decepcionaram muito. Por ordem de lançamento, Deadpool (o único que eu colocaria na lista), um filme que brinca muito com o gênero, que está começando a dar sinais de saturação e tem muita imaturidade. Batman Vs. Superman - A Origem da Justiça, o filme mais injustiçado do ano pela crítica, a galera pegou muito pesado com um filme que tem erros, é claro, mas apresenta contextos muito diferentes e interessantes, o filme traz algo novo. 
Capitão América-Guerra Civil, o filme que mais me deixou receoso sobre como o gênero de super-heróis está ficando saturado, com um potencial enorme, porque eu adoro o Guerra Civil dos quadrinhos, mas entrega um episódio de série, completamente esquecível. X-Men Apocalypse, sinceramente ignoro. Esquadrão Suicida, o pior filme de quadrinhos do ano, olha que eu torço muito pela DC, mas não dá, uma história bizarra e um Coringa boçal fazem este filme um dos que eu menos gosto em TODOS os de super herói que já vi. Pra fechar o ano, Doutor Estranho, um visual muito absurdo, com as cenas de ação mais divertidas do ano, mas é só, um roteiro comum que não sai da zona de conforto, diferente de Batman Vs Superman.


Sobre os blockbusters, me decepcionei com Warcraft, Procurando Dory e O Bom Dinossauro, dois da Pixar no mesmo ano :(. Em contrapartida gostei muito de alguns que me surpreenderam, como Mogli, As Caça-Fantasmas e Star Trek: Beyond, gostei bastante dos três, já que me interessava pelo material anterior, principalmente Mogli, me diverti bastante.
Sobre Animais Fantásticos e Star Wars: Rogue One, não tenho poder crítico para avaliar histórias que apelam tanto para o meu emocional, mas tenho que dizer que prefiro a saga Harry Potter e os episódios da cronologia episódica de Star Wars.

Sobre os filmes nacionais, alguns que pude ver gostei bastante, primeiro com Mais Forte que o Mundo- A História de José Aldo que é bem divertido e conta uma história sensacional de um lutador que sou muito fã. Mas não podemos falar em filmes brasileiros sem ao menos citar Aquarius, um dos mais brilhantes relatos do que é o Brasil, excelente.

Abaixo estão os 10 melhores filmes lançados no Brasil em 2016, na minha opinião :)



1 "Creed". Desculpem os outros, mas nenhum filme me fez vibrar mais e ficar tão feliz no cinema quanto Creed, um dos 3 melhores da franquia Rocky, sem dúvidas. Aqui o lado emocional pesou muito.
2 "O Quarto de Jack". Ao mesmo tempo em que "Creed" me fez vibrar como nenhum outro, "O Quarto de Jack" me fez chorar como nenhum outro, provavelmente não irei rever, mas ficará marcado pra mim.
3 "Spotlight". Como estudante de jornalismo esse filme me fez pensar sobre os caminhos da profissão e a enorme importância dela para o mundo, vale muito a pena.
4 "O Regresso". Um filmaço da luta humana pela sobrevivencia, com uma fotografia fantástica e atuações muito boas, merece o quarto lugar.
5 "A Chegada". O melhor filme de ficção científica dos últimos anos, traz questões lindas que só podem ser discutidas se você viu o filme, então aproveite.
6 "Os 8 Odiados". Tarantino não foi tão brilhante como sempre, mas ainda assim é melhor que 95% de tudo o que sai no cinema.
7 "Capitão Fantástico". Original, lida com questões brilhantes e situações absurdamente interessantes, como o "Noam Chomsky Day". Emociona, diverte e é simplesmente lindo.
8 "Aquarius". Sem dúvidas o melhor filme brasileiro do ano, um absurdo que tenha sido relacionado com polêmicas políticas e ficado fora da disputa pelo Oscar. Vale ser visto por coxinhas e petralhas sem nenhuma restrição.
9 'Rogue One - Uma História Star Wars". O melhor Star Wars do ano, então merece estar aqui. Esse filme engrandece ainda mais o Episódio IV, só por isso já merece lugar na lista. Além da cena com final, que significa muito mais depois da morte de Carrie Fischer
10 "O Lagosta". Filme muito estranho, com uma premissa das mais originais que eu já vi e me deixa curioso com os próximos passos do diretor grego.

Menções honrosas: Deadpool (estava na lista até a última revisão, quando coloquei Capitão Fantástico), Zootopia (quase entrou na lista), A BruxaInvocação do Mal 2, O Homem Nas Trevas, Star Trek: Beyond, Mogli-O Menino Lobo, Anomalisa, Animais Fantásticos e Onde Habitam"

Tem algum que eu não falei? Alguma posição que você discorda? Comenta aí! Adorarei falar contigo.

domingo, 24 de abril de 2016

Pequenas curiosidades do Chile

Durante os dias 10 a 16 de abril, estive no Chile, este charmoso país que se depara com o Oceano Pacífico, com o frio e com uma paixão nacional pelo futebol. Este texto tem o simples objetivo de mostrar pequenos detalhes sobre o Chile.

A educação é muito valorizada
Os colégios públicos possuem uma estrutura bastante superior ao Brasil, além de existirem aulas especiais, como de produção cultural. Os cursos técnicos são muito mais difundidos que aqui por exemplo. Como a educação superior é apenas particular os técnicos possuem grande importância, em um colégio que visitei existiam cursos técnicos de engenharia elétrica e enfermagem.
Nessa matéria, os alunos assistem um filme, ou leem um livro e devem produzir uma arte para a obra

O vinho é a bebida mais popular com certeza
No Chile está localizada a vinícola conhecida mundialmente, Concha y Toro e Cono Sur, a segunda maior do mundo, que produz aproximadamente 3,5 milhões de litros de vinho por ano. Nos supermercados o vinho tem uma prateleira muito maior que a de refrigerantes, além do preço, o vinho é muito mais barato que no Brasil e mais barato até que chaveiros de recordação.
O Chile também tem uma grande plantação de Blueberry, fruta muito apreciada na Europa.
Concha y Toro

Cono Sur
A TV é somente por assinatura
Fiquei intrigado com o fato de todos os lugares terem canais por assinatura, o Cartoon Network estava em todas as tv’s que eu via. Perguntei a um menino chileno, Luís, quais eram os canais mais assistidos e ele disse que era a TV Mega, mas que também as pessoas tinham que pagar para ver. Ele me contou depois que a TV no Chile é somente por assinatura, por isso os canais como Cartoon e Discovery passavam em tantas televisões.
Perguntei sobre a popularidade de El Chavo Del Ocho, o nosso Chaves, Luís respondeu que o programa já foi muito popular, mas hoje passa em um canal sem tanta audiência, por isso as novas gerações não são tão impactadas com o programa
Esta música não sai da minha cabeça:

A rivalidade no futebol é grande
O Colo-Colo é o time mais popular de Santiago, sem dúvida, mas quando você desce mais ao Sul do país, como é o caso da cidade de Mulchén, na qual me hospedei e que está situada na província de Bío Bío, a Universidad do Chile ganha mais força.
Mesmo em uma cidade pequena os grafites de um clube são cobertos pela pichação em nome do outro.
Os chilenos são muito fãs de Arturo Vidal, muitos torcem pelo Bayern de Munique, somente porque ele joga lá.
Colo Colo, ostenta um símbolo nacional indígena e a Universidad do Chile, ostenta uma coruja, símbolo da sabedoria

Os 3 poderes políticos funcionam diferente do Brasil
Diferente do Brasil, que a Câmara legislativa, seja municipal, estadual e federal atuam de maneira separada ao executivo, no Chile, pelo menos nos municípios, o prefeito é o líder da Câmara de vereadores, ele que preside as sessões e discute com os próprios vereadores sobre os projetos que vão ser votados.

O Chile possui uma fortíssima influência indígena
Pelas lojas de decoração, no escudo do Colo Colo, em peças, museus, a presença indígena é muito forte, diferente do Brasil, que é difícil de se encontrar em nossa cultura um respeito, ou até citação aos índios como parte importante na construção do país.
Peça teatral que conta lenda indígena

O sistema de notas vai até 7

Mais uma pequena curiosidade sobre a educação, o sistema de notas, que no Brasil é até 10, no Chile é até 7, uma nota 4 por, exemplo, é o nosso 6, a nota mínima para passar de ano.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Oscar 2016 Apostas

Oscar
Finalmente consegui assitir os filmes mais importantes do Oscar e aqui vão meus palpites e as minhas escolhas de coração para as principais categorias do Oscar
Um ano repleto de polêmicas sobre representatividade no Oscar. Ano passado tivemos discursos muito importantes, como do cantor John Legend, dos roteiristas de "O Jogo da Imitação" e de Patricia Arquette. 
Esse Ano Chris Rock apresenta e espero muito que ele tenha coragem para fazer um monólogo agressivo sobre o #OscarSoWhite

Melhor filme
"A grande aposta"
"Ponte dos espiões"
"Brooklyn"
"Mad Max: Estrada da fúria"
"Perdido em Marte"
"O regresso"
"O quarto de Jack"
"Spotlight: Segredos revelados"
Quem Leva: O Regresso, filme com cara de Oscar
Quem deveria levar: Mad Max, o filme que ficará marcado na história como uma das maiores obras de ação do séc XXI

Melhor diretor
Alejandro G. Iñárritu ("O regresso")
Tom McCarthy ("Spotlight: Segredos revelados")
George Miller ("Mad Max: Estrada da fúria")
Adam McKay ("A grande aposta")
Lenny Abrahamson ("O quarto de Jack")
Quem Leva: Alejandro G. Iñarritu, fez um filme difícil, com problemas na produção, mas o resultado final não é algo superior a Mad Max
Quem deveria levar: George Miller, colocar 2 horas de ação ininterrupta, com vários efeitos práticos em um deserto não é para qualquer um, além do fato de Iñarritu ter levado ano passado.
Todos os atores e atrizes indicados ao Oscar 2016
Melhor ator
Bryan Cranston ("Trumbo")
Matt Damon ("Perdido em Marte")
Leonardo DiCaprio ("O regresso")
Michael Fassbender ("Steve Jobs")
Eddie Redmayne ("A garota dinamarquesa")
Quem Leva: Leonardo DiCaprio, agora vai
Quem deveria levar: Leo DiCaprio finalmente chega sozinho na corrida ao Oscar, mesmo que ele tenha atuações melhores em anos anteriores não tira o mérito, o Oscar é anual e nesse ano ele foi melhor que seus concorrentes. Scorcese ganhou por "Os Infiltrados", isso tira o mérito dele? De maneira nenhuma

Melhor atriz
Cate Blanchett ("Carol")
Brie Larson ("O quarto de Jack")
Jennifer Lawrence (“Joy”)
Charlotte Rampling (“45 anos”)
Saoirse Ronan ("Brooklyn")
Quem Leva: Brie Larson
Quem deveria levar: Brie Larson, ela está impecável no filme, uma atuação que ficará marcada na história.

Melhor animação
"Anomalisa"
"O menino e o mundo"
"Divertida mente"
"Shaun, o carneiro"
"As memórias de Marnie"
Quem Leva: Divertida Mente, é o único desses indicado à Roteiro, logo é óbvio, além do lobby da Pixar ser gigantesco
Quem deveria levar: Anomalisa, uma animação diferente de tudo, que é humana ao extremo, em momentos eu parava para pensar que o filme era apenas feito em stop-motion, não com atores reais.


Melhor roteiro adaptado
"A grande aposta"
"Brooklyn"
"Carol"
"Perdido em Marte"
"O quarto de Jack"
Quem Leva: A Grande Aposta, transpor na tela esse roteiro deve ter sido muito difícil
Quem deveria levar: Perdido em Marte, eu li um grande pedaço do livro e pensei “esse livro é impossível virar um filme bom, as pessoas vão dormir no cinema”, mas o resultado é um dos filmes mais divertidos de 2015.

Melhor roteiro original
"Ponte dos espiões"
"Ex Machina"
"Divertida mente"
"Spotlight: Segredos revelados"
"Straight Outta Compton"
Quem Leva: Spotlight, um tema pesado que deve ser debatido a todo momento
Quem deveria levar: Straight Outta Compton ou Spotlight, ambos são filmes que o mundo precisa nos dias de hoje, um sobre representatividade negra e outro sobre pedofilia, se qualquer um dos dois ganhar eu fico feliz.

Melhor atriz coadjuvante
Jennifer Jason Leigh ("Os 8 odiados")
Rooney Mara ("Carol")
Rachel McAdams ("Spotlight: Segredos revelados")
Alicia Vikander ("A garota dinamarquesa")
Kate Winslet ("Steve Jobs")
Quem Leva: Alicia Vikander, levou todos os prêmios importantes até agora e conduz “A Garota Dinamarquesa”
Quem deveria levar: Jennifer Jason Leigh, está maluca completa em “Os 8 Odiados”

Melhor ator coadjuvante
Christian Bale ("A grande aposta")
Tom Hardy ("O regresso")
Mark Ruffalo ("Spotlight: Segredos revelados")
Mark Rylance ("Ponte dos espiões")
Sylvester Stallone ("Creed")
Quem Leva: Sylvester Stallone
Quem deveria levar: Sylvester Stallone, ele construiu um personagem que sem dúvida marcou a história do cinema e agora mostrou o drama de que até mesmo seus heróis envelhecem.
Se você não concorda comente aqui embaixo seus favoritos :)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Análise Informal: Brooklyn

Em aquecimento para o Oscar 2016 farei análises informais sobre alguns dos 8 indicados à Melhor Filme e aos indicados a melhor roteiro original.
Já fiz sobre Mad Max
E sobre Spotlight
A Grande Aposta
O Regresso
O Quarto de Jack
Eu poderia fazer um texto sobre "Perdido em Marte" ou "Ponte dos Espiões", mas farei sobre Brooklyn, só porque sim, é um filme fofo e excelente para ver com o crush.
O novo filme do diretor John Crowley se destaca por não ter o nome do diretor como o principal na produção, mas sim de seu escritor, Nick Hornby, um dos grandes romancistas contemporâneos, com livros muito divertidos como "Um Grande Garoto", "Febre de Bola" e "Alta Fidelidade". Os três foram adaptados para o cinema e são bons filmes, ou seja, Hornby funciona nas duas mídias.
O filme conta a história de Eilis (Saoirse Ronan) uma imigrante irlandesa que vai tentar a vida em Nova York e mora no distrito do Brooklyn, lá ela sente a saudade do lar, mas tenta viver uma nova vida e se estabelecer. A saudade de casa é um tema que todos alguma hora vamos passar, portanto o filme conversa ou conversará com você em algum pequeno momento da vida.
O nome do escritor está no pôster, mas o do diretor não (Foto: Divulgação)

A razão de escrever sobre esse filme não é que ele seja melhor que os outros dois indicados à Melhor Filme, mas sim porque ele é diferente. Ser diferente é bom, acima de qualquer coisa ele se difere de todos os outros e talvez nem seja merecedor de uma vaga, vide "Creed", "O 8 Odiados" e "Carol". 
É um filme bonito, colorido, com boas atuações, um roteiro bonitinho, mas só. Eu esperava um roteiro cheio de abas igual "Alta Fidelidade" ou com um final divertidíssimo como "Um Grande Garoto", mas aqui não é isso que você vai encontrar.
Eilis está DIVIDIDA (Foto: Divulgação)

Saoirse Ronan manda muito bem, chora de maneira linda, mas é difícil de ganhar o Oscar. O personagem Tony (Emory Cohen) é um doce, você torce pela relação dela com ele, mas Jim (Domhall Gleeson, o ruivo da moda) também é um nice guy, você realmente não sabe como ela vai decidir.
A grande questão deste filme é o amadurecimento, Eilis cresce e vê que sua cidade na Irlanda é pequena demais para seus sonhos e quando repara seu desenvolvimento ela ensina novas meninas a se emanciparem. Essa mensagem é muito bonita e importante, mas não consegue ser tão inovadora ou bem desenvolvida. 
Brooklyn é um bom filme, mas por ser simples demais pode decepcionar pessoas como eu. O importante é ir ver sem nenhuma expectativa, você verá um filme doce e que como eu falei lá em cima é bom para ver com alguém.
É um filme bom, mas não é daqueles que vão ficar marcados na história, está no Oscar para cumprir tabela.
Assista o trailer abaixo:

Análise Informal - O Quarto de Jack

Em aquecimento para o Oscar 2016 farei análises informais sobre alguns dos 8 indicados à Melhor Filme e aos indicados a melhor roteiro original.
Já fiz sobre Mad Max
E sobre Spotlight
A Grande Aposta
O Regresso
O Quarto de Jack
O último filme que eu falarei antes das apostas é O Quarto de Jack (Room), dirigido por Lenny Abrahamson- que fez o indie "Frank"- o filme conta o drama do cárcere privado vivido por Ma (Brie Larson) e seu filho Jack (Jacob Trembley) e suas descobertas da vida fora do quarto, como isso está no trailer não é spoiler.
O filme se inicia no 5º aniversário de Jack, e no sétimo ano em que Ma está presa pelo Velho Nick (Sean Bridgers). O filme aí já se mostra pesadíssimo e lida com um tema difícil, que volta e meia choca o mundo com casos parecidos.
(Foto: Divulgação)

O filme é muito bom em retratar o horror e a claustrofobia de se viver em um quarto para sempre, além de uma imaginação de algo que está à espera lá fora. Vi comentários que comparam essa ideia com “A Vida é Bela” (1997), na qual tenta-se separa a criança do horror que a cerca.
A primeira parte do filme, que foca apenas no quarto é terrível, fazia tempo que eu não chorava em um filme, com um misto de revolta e choque por saber que casos assim acontecem na vida real.
A sensação é agravada quando as interações entre os dois e o sequestrados se intensifica, o instinto maternal age de maneira brilhantemente retratado, a proteção que Ma exerce sobre Jack é incrível. Isso se deve ao excelente trabalho de Brie Larson no papel, sério esse Oscar já ta ganho e é dela como uma das maiores atuações dos últimos anos.
Quem também é brilhante na atuação é Jacob Trembley, sério, esse menino merecia uma indicação ao Oscar, ele traz um drama que eu nunca havia visto uma criança trazer, além de ser um fofo que tem um futuro gigante pela frente.
Lenny Abramson com Brie Larson e Jacob Trembley (Foto: Divulgação)

O filme cai um pouco quando sai do quarto, mas como eu estava exaurido com tanto sofrimento e lágrimas eu agradeci, mas por pouco tempo, o filme subverte a ideia de felicidade a todo tempo e a descoberta de uma vida nova é assustadora. Os jornalistas são retratados com seres desprezíveis no filme.
As cores exalam tristeza, o filme exala depressão, mas o final me deixou bem, apesar de me fazer chorar pela estória em si o filme é excelente no que se propõe, com um tema tão forte e importante quanto “Spotlight”, O Quarto de Jack é brilhante, emociona e joga para debate a podridão do ser humano.

Vá assistir esse filme em uma hora boa, porque se não ele vai estragar o resto do seu dia. Provavelmente nunca mais verei esse filme, não quero me sentir preso dessa maneira em um bom tempo, mas é um excelente filme, com excelentes questionamentos e interpretações que justifica o seu lugar entre os indicados à Melhor Filme no Oscar.
Assista o trailer abaixo: 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Anális Informal: O Regresso

Em aquecimento para o Oscar 2016 farei análises informais sobre os 8 indicados à Melhor Filme e aos indicados a melhor roteiro original.
Já fiz sobre Mad Max AQUI
E sobre Spotlight AQUI
A Grande Aposta AQUI
O Regresso (The Revenant), novo filme do diretor e atual vencedor do Oscar Alejandro G. Iñárritu, após Birdman ele chega com uma história baseada em fatos reais,que já foi adaptada anteriormente para outras mídias.
(Foto: Divulgação)

O filme conta a luta do caçador de Hugh Glass(Leonardo DiCaprio) para sobreviver após ser atacado por um urso e deixado para morrer por John Fritzgerald (Tom Hardy). A história é basicamente a vingança de Glass.
O diretor de fotografia Emanuel Lubezki, que trabalho com Iñárritu em Birdman e ganhou o Oscar também apresenta o que o filme tem de melhor, suas paisagens lindas, filmadas no norte do Canadá, com luz natural em todos os momentos e com tons de sangue na neve muito bonitos. A violência nesse filme é muito bem filmada, logo no início uma invasão indígena ao grupo de Glass gravada em Plano Sequência, muito bem coreografada, com bons efeitos especiais. A câmera se torna em alguns momentos parte da ação, trazendo tensão ao personagem de DiCaprio.
Iñárritu e DiCaprio no ambiente gelado (Foto: Twentieth Century Fox)

Já que tocamos no assunto, DiCaprio, dessa vez o Oscar vem, não muito por essa atuação, acho que ele esteve melhor em “O Lobo de Wall Street” e “O Aviador”, mas desta vez nenhum concorrente virou Ray Charles ou estava tão inspirado quanto Matthew McConaughey. A atuação basicamente de suspiros, caretas e baba, muita baba, é a que mais se destacou das que eu vi nesse ano. Tom Hardy também está muito bem, com aquela dicção maravilhosa de sempre, mas desta vez como um personagem que você realmente fica com raiva.
Assista abaixo um excelente making off sobre o filme (somente em inglês)

O tão falado ataque do urso é um dos pontos altos do filme, a cena é realmente violenta e eu me pergunto até hoje como ela foi filmada, o CGI do urso é realmente assustador, parece que DiCaprio queria tanto um Oscar que deixou um urso de verdade o atacar. Sobre o filme em si, as cenas de ação, como uma em que Glass foge em um cavalo e cai de um penhasco, isso deve ter dado um trabalho monstruoso para ser realizado.
Na internet eu vi algumas críticas negativas ao filme, pela pretensão do diretor ao realizar a obra, eu concordo com essa afirmação muito mais em Birdman do que em O Regresso. O filme tem defeitos, o filme se arrasta por muitos momentos, fica muito repetitivo e parece muito mais longo do que realmente é; o espiritualismo ali contido é muito raso, que se fosse tirado não faria diferença alguma.
De maneira geral esse filme é uma obra de arte, eu gostei muito, por isso talvez fiquei um pouco cego aos problemas. Gostei muito, vale muito a pena ver no cinema, em IMAX se for possível, Lubezki sempre deve ser visto no cinema. Esse junto com Mad Max e Spotlight são os favoritos ao Oscar.

Assista ao trailer abaixo:


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Análise informal. A Grande Aposta

Em aquecimento para o Oscar 2016 farei análises informais sobre os 8 indicados à Melhor Filme e aos indicados a melhor roteiro original.
Já fiz sobre Mad MaxAQUI
E sobre SpotlightAQUI
A Grande Aposta (The Big Short) filme do diretor norte americano Adam Mckay, conhecido pelas comédias O Âncora e Quase Irmãos, gosto muito da primeira. Desta vez ele se arrisca a fazer algo muito destoante de todos os seus filmes.
O filme conta a história de uma descoberta sobre a possível quebra do sistema financeiro americano, baseado nos títulos de hipotecas que se em algum ponto acumulassem uma taxa poderiam ruir os bancos que faziam empréstimos para estas hipotecas. Esta foi a minha tentativa de fazer um resumo do filme e isto é algo que permeia o filme, a dificuldade das pessoas que entendem pouco de economia em captarem todos os dados do filme.
(Foto: Divulgação)

Este sistema de hipotecas criou uma bolha, esta bolha foi descoberta pelo economista Michael Burry (Christian Bale), que apresenta uma das mais brilhantes faces da Síndrome de Asperger. Após analisar os números Burry vai à um banco e compra seguros para caso a bolha exploda ele ganhe com isso, os bancários riem dele, pois na época ele estava apostando contra o sistema econômico americano, daí o nome do filme.
Outras pessoas sabem dessa jogada e tentam descobrir se essa aposta é fundada, Jarred Venett (Ryan Gosling), Mark Baum (Steve Carell) e também a dupla Jamie Shipley (Finn Wittrock) e Charlie Geller (John Maggaro) que se aliam a Bem Rickert (Brad Pitt). Esses núcleos tentam descobrir se a bolha é real e como podem faturar com ela caso ela estoure.
O filme poderia se manter apenas no papo econômico chato, mas o diretor Adam Mckay faz pequenas inserções muito bem feitas, como Margot Robbie em uma banheira explicando os termos ditos em tela, além de referências da cultura pop para simular a passagem de tempo e a quebra da 4° parede de maneira muito divertida. O grande problema é que no cinema não se pode dar pause e em vários momentos eu me via perdido em meio a tantos termos de econômicos, mas existe uma vertente que esse filme se sai muito bem: os dramas humanos em meio a um rombo que pode mudar a vida de milhões de pessoas. Não é uma indicação à toa ao diretor
Adam Mckay e Steve Carell (Foto:Divulgação)

Steve Carell e Christian Bale, indicado ao Oscar, trazem as melhores atuações do filme, o primeiro sofrendo um quadro de depressão e outro isolado de tudo e todos. O filme é baseado em fatos reais, logo todos já sabem que o sistema ruiu e que aquelas pessoas sofreram muito, o filme não faz julgamentos pessoais aos que lucraram com a crise, mas sim com as grandes corporações, que mesmo com muitos atos que prejudicariam a população saíram ilesas e ainda receberam auxílio do governo. O roteiro, indicado ao Oscar tem a árdua missão de tentar colocar essa história de maneira acessível, em muitos momentos não consegue, mas aplica um bom drama. Spotlight por exemplo, traz um roteiro complexo, mas que todos que assistem entendem o que está acontecendo em tela.
A última fala de Brad Pitt no filme, e a última dita por Carell é um soco no estômago de todos.

Por fim é um filme difícil de se ver, com muitos termos técnicos, mas os dramas pessoais são universais e podem ser entendidos por todos. 
Assista o trailer abaixo: